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segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Acre - FPA não cresce, mas oposição não se junta

As eleições de 2018 no Acre dependerão de alguns importantes fatores: a união da oposição, o resultado do governo Temer e uma evolução de pensamento.


Dejanir Haverroth

A Frente Popular do Acre (FPA) composta por partidos de esquerda liderada pelo PT completa 24 anos de existência e 18 de “reinado” no Acre. Apesar da estagnação do grupo no Estado, conseqüência desse momento político nacional, o Acre ainda é o principal reduto do PT no Brasil. Para a oposição conquistar espaço em 2018 terá de contar com muita estratégia e um pouco de sorte.

Além do governo, a FPA já teve 17 das 22 prefeituras. Nesta eleição se manteve com 10. Porém, manteve a capital, Rio Branco, que detém cerca de 45% do eleitorado do Estado. O candidato do PT foi eleito em 1º turno em Rio Branco.

A oposição avançou um pouco, mas dividida. O PMDB, o PSDB e o DEM, o PP e o PSD são os principais partidos de oposição, mas seguem caminhos e estratégias diferentes. Não existe, na oposição, um discurso alinhado a um projeto político único. Cada partido tem a sua estrela e força para que brilhe mais que as outras.

Outro fator importante para 2018, não apenas para o Acre, mas para todos os Estados brasileiros, é o resultado do governo Temer. O fracasso já é enunciado, mas é preciso saber como cada um vai usar isso a favor ou contra.

Será que até 2018 o PT conseguirá provar que é vítima? Quem apoiou Temer no período do impeachment ou de seu governo vai conseguir a simpatia dos eleitores ou serão vistos como cúmplices ou traidores? Qual será o partido com maior prestígio em 2018: O PSDB ou o PMDB?
Um dos principais caminhos para o sucesso de 2018 passa pelo coração da juventude. Poucas vezes na história desse país os jovens estiveram tão envolvidos com a política como estão nos últimos tempos.

As medidas de Temer ameaçam o futuro de milhares de jovens das camadas mais pobres, e isso não afeta apenas o PMDB, mas qualquer partido de oposição ao PT. O partido que não se antecipar em melhorar as ações e o discurso com foco na juventude poderá sofrer rejeição nas próximas eleições.

Outro ponto importante:

O Acre é como “um outro país” dentro do Brasil. Sua geografia, sua economia e suas peculiaridades culturais e étnicas fazem com que seja um estado particularmente especial. Apesar do pequeno território, se torna imenso diante de seus obstáculos naturais e sua diversidade e miscigenação. É comum encontrar, no Acre, bons intelectuais, acima da média nacional.


Portanto, para conquistar terreno nas disputas políticas no Acre não é uma tarefa fácil. Requer muito mais que um simples discurso de promessas vãs. Requer uma evolução de pensamento.

Anatomia Política - Novembro de 2016

Dejanir Haverroth

Configuração para 2018 – as eleições municipais sempre foram um trampolim para as eleições gerais. Todas as articulações dos partidos e dos caciques políticos iniciadas há um ano, visam as eleições de 2018. Quem se saiu melhor em Rondônia nessas eleições e poderá se dar bem em 2018?
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O PMDB é sem dúvida o partido mais forte do Estado. Porém, seu desempenho deste ano nas urnas não foi muito bom, e é apenas o começo. A previsão para 2018 não é das melhores. O “desastre enunciado”, chamado Michel Temer, poderá melar os planos dos PMDBistas em Rondônia.
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O PSDB foi o partido que mais cresceu nesta eleição e já pode sonhar em disputar o Governo ou o Senado, com chances de sucesso. Mas em Rondônia o discurso do partido não deverá ter como base o tripúdio sobre o PT. Será um desgaste desnecessário e desperdício de munição. No seu tabuleiro deverá configurar o PMDB, o PDT, o PSB e o PP.
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Quanto ao PT, adversário nacional do PSDB, aqui em Rondônia já chegou no fundo do poço, por isso a tendência é “não piorar”. Na próxima eleição o PT deve recuperar parte de sua força. Qualquer discurso anti-PT em Rondônia em 2018 servirá de combustível para sua revitalização.
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O PDT segue navegando em águas tranqüilas. Elegeu alguns prefeitos em municípios pequenos, mas teve um crescimento. O Senador Acir Gurgacz goza de um bom prestigio junto aos eleitores e deve ser um forte candidato ao governo em 2018.
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O PP e o Senador Ivo Cassol não estão mortos. Se Ivo Cassol conseguir se livrar dos enlaces jurídicos e vier a se candidatar ao governo, ou ao senado, será um dos mais fortes candidatos.
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Apesar de perder a prefeitura da capital, o PSB continua forte. Além do vice-governo, conta com duas prefeituras importantes – Ji-Paraná e Pimenta Bueno.
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O DEM, que estava praticamente morto no Estado, poderá ajudar a dar as cartas nas próximas eleições, já que conta com um deputado de grande prestígio na mídia nacional - Marcos Rogério.
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Porto Velho – a eleição na capital foi a maior surpresa deste ano em RO. Nem as pesquisas conseguiram prever o resultado do primeiro turno. Era dado como certo Léo Moraes e Mauro Nazif no segundo turno. Todos os institutos erraram. Hildon Chaves surpreendeu e chegou em primeiro lugar. Depois disso, o segundo turno foi fácil.
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Jaru – Foi fácil prever a vitória de João Junior, em Jaru. Há um ano ele já configurava nas pesquisas como o favorito. Com a vitória de João, está decretado o fim do império dos Muletas na região.
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Colorado do Oeste – A candidatura, e vitória, do Professor Ribamar em Colorado modifica a configuração do poder naquele município. Com ele, um novo momento de significância ideológica começa a surgir.
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Cerejeiras – Embora seja um município pequeno, com cerca de 10 mil eleitores, Cerejeiras representou a maior derrota do PMDB em Rondônia. O vencedor, Airton Gomes (PP), sofreu uma dura oposição nos últimos quatro anos, além da dificuldade natural de se conduzir um município pequeno em tempos de vacas magras. Seu adversário, Kleber Calisto (PMDB), era tido como o maior líder político daquele município. Airton venceu com 64% dos votos.
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Laerte Gomes – dentre os deputados estaduais, quem melhor se saiu nessa eleição nem sequer concorreu. Laerte Gomes se mostrou um exímio articulador. Conseguiu estender seus tentáculos para oito municípios, dentre eles, Ji-Paraná, o segundo maior do Estado.
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Rolim de Moura – Quem imaginava que Luizão conseguiria se reeleger? Apenas quem acompanhou de perto o desenrolar da campanha conseguiu prever isso. O favorito era o Zé da Jordan (PSL), mas ele tropeçou na sua própria prepotência.  
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Costa Marques – Quase imprevisível também foi a eleição de Mirandão, em Costa Marques. O IRPE também previu com antecedência, mas a assessoria de Jacqueline não acreditava.
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Ariquemes – A eleição em Ariquemes foi pauleira! Thiago Flores “entrou de cara”, mas não ganhou só com a beleza. Também tinha discurso e muito apoio. Só não tinha dinheiro, ao contrario de seu adversário, que gastou muito. 
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Alto Alegre – a participação de Ton Holanda (PT) nas eleições de Alto Alegre foi fundamental para eleger o candidato Marcão (PMDB). Padre Ton, como é conhecido, concorreu como vice na chapa, apesar de ser apontado como favorito numa disputa como cabeça. A estratégia é ficar livre para desenvolver um trabalho estadual junto ao Partido dos Trabalhadores (PT) com vistas às eleições de 2018.
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Vilhena – Uma coisa rara de se ver na política aconteceu em Vilhena. O produtor de ovos Eduardo Japonês era conhecido por apenas 1,5% da população de Vilhena há menos de meses da eleição. Nesse período conseguiu 42,5% dos votos e quase vence a candidata do clã Donadon. Com essa feita, Eduardo se tornou uma das maiores lideranças políticas do município.

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